terça-feira, janeiro 31, 2006

previsível...

é estranho chegar a esta conclusão... que por mais que uma pessoa pense que conhece a outra e que consegue prever os seus passos a verdade é que isso não acontece...
a verdade é que embora vivendo desde sempre com os meus pais e irmão não seria capaz de prever coisas tão simples como uma opção, uma atitude que teria face a alguma situação inesperada...
eu própria não me consigo prever e dou por mim a tomar opções e atitudes que me surpreendem, pelas circunstâncias que vivo no momento, pelas transformações que vão ocorrendo em mim, pelas pessoas que vou conhecendo e me vão marcando... porque nós somos resposta a experiências...
é interessante olharmos para nós como esta pessoa desconhecida... e por vezes é horrível não podermos prever os outros! perceber como se sentem e o que se pode esperar deles! facilitava-me tanto a vida agora!
enfim, reduzo-me à minha insignificância e a apreciar a originalidade da vida nos outros e em mim!

domingo, janeiro 29, 2006

alfabetização

não digo para todos os dias nos levantarmos a agradecer o facto de sabermos ler e escrever, de termos acesso à cultura, de termos segurança na nossa vida... mas que, mesmo não fazendo isso, que pelo menos saibamos aquilo que somos, muito fruto da nossa sorte, e saibamos encarar os outros, as suas lutas, as suas conquistas e saibamos dar-lhes valor!
o mundo está tão desiquilibrado, e a balança está totalmente inclinada para este lado... não porque eu tenha lutado por isso alguma vez na minha vida, nem por um segundo, mas porque tive sorte :-s não faz sentido!
e deixa mesmo de fazer sentido quando achamos que somos mais que os outros, temos mais direitos que os outros e aquilo que temos são dados adquiridos e queremos é mais (e é o nosso entretem, o nosso objectivo, ter mais) o nosso objectivo não é equilibrar o mundo (mesmo que dê vontade de chorar ver crianças a morrer de fome do outro lado do mundo) mas a minha preocupação é ter o que comer amanhã e por isso tenho que trabalhar e já que tenho que trabalhar e trabalho tanto mereço viver bem e por isso trabalho um bocadinho mais, porque preciso de uma casa e de um carro porque quero-me casar e ter filhos e viajar e ser feliz...e se fizer isto e for honesto já fiz muito com a minha vida... ah! e está a dar na tv aquelas criancinhas a morrer de uma doença tão estúpida como é a malária que foi endémica em Portugal até aos anos 50! é verdade! o mundo é injusto! bem, paciência, vou mas é dar graças que nasci deste lado e tive sorte e continuar com a minha vidinha!
mas impressionava-me em Londres todos os dias lá nas urgências ter pessoas que se tentavam suicidar, os sem abrigo lúcidos e numa degradação tal (numa cidade de tantas oportunidades e ajudas)... na Guiné não vi sem abrigo :-s devem existir, suponho, mas não os vi, e não andei propriamente escondida... não faz sentido!
será que o umbiguismo das pessoas as leva à loucura? será que virarmo-nos para fora, darmos aquilo que temos (a nossa vida, algum do nosso conforto) nos equilibra e nos daria um pouco mais?
porra! porque é que somos tão egoista com algo que ainda por cima nem sequer conquistamos?! é tão dificil não o ser! é impressionante! está tudo feito para que o sejamos! nós fazemos a sociedade e a sociedade arranja esta forma de se proteger... se formos todos iguais e sonharmos todos com as mesmas c0isas seremos pessoas felizes nas nossas redomas... só temos um problema para nos chatear a nossa harmonia: os loucos, os pobres, os emigrantes desadaptados, e a tv! que cena! :-s

onde é que anda o meu equilibrio?

manter o equilibrio não é fácil... e aí acho que precisamos imenso uns dos outros... porque a linha entre a loucura e a sanidade é tão ténue e a nossa fragilidade é tão grande!
ter equilibrio na vida... não pensar demasiado nisto ou naquilo, não exagerar num ou noutro ponto... ser uma pessoa moderada, e no entanto espôntanea, apaixonada...
uma pessoa equilibrada é um motor de equilibrio, estabiliza também os outros, percebe o que é demais, percebe o que é de menos...
uma pessoa equilibrada constroi todas as dimensões da sua vida, não coxeia nem usa bengalas, porque permanentemente se constroí e procura muitas coisas e não apenas uma...
é fácil amar o equilibrio, principalmente o equilibrio com algumas pancadas :-p

fix you















When you try your best but you don't succeed
When you get what you want but not what you need
When you feel so tired but you can't sleep
Stuck in reverse
And the tears come streaming down your face
When you lose something you can't replace
When you love someone but it goes to waste
Could it be worse?
Lights will guide you home
And ignite your bones
And I will try to fix you
And high up above or down below
When you're too in love to let it go
But if you never try you'll never know
Just what you're worth
Lights will guide you home
And ignite your bones
And I will try to fix you
Tears stream down your face
when you lose something you cannot replace
Tears stream down your face
And I
Tears stream down your face
I promise you I will learn from my mistakes
Tears stream down your face
And I
Lights will guide you home
And ignite your bones
And I will try to fix you

sexta-feira, janeiro 20, 2006

Desculpa

Chego mesmo a pensar se não será positivo este estado de nostalgia e tristeza... a minha memória é tão inexistente que ao menos nestes momentos agarro-me ao que existe ainda...

Narcisos

...os autocarros vermelhos, a vida livre, os pubs escuros, os jardins de todas as cores, os museus de graça, a originalidade de camden town, o trabalho do LDSG, kilburn e golders green, a maluca da cliona e a união contra as dificuldades... belsise park, vauxhall, goodge street, fulham, baker street, swiss cottage, cutty sark, victoria, lambeth north, covent garden, piccadilly circus, putney bridge, tower hill, canary wharf, oxford street, green park, tottenham court road, regent´s park, musica espanhola aos altos berros, gente e gente e gente nas ruas em qualquer lado em qualquer altura, heathrow, luton, gatwick, stansted, 16, 189, 98, 139, 82, 13... o orgão da westminster cathedral, o à vontade no RFH e tudo o que aprendi, a partilha e familiaridade da school of apostles e da school of word, o sabor da guiness, a beleza da amizade com o Christian, a vida de casal, os espanhois da LSHTM e um mundo novo descoberto, as tardes no estrela, kew gardens, richmond park, as inúmeras visitas mágicas recebidas, o procurar, o encontar, o descobrir muito mais do que poderia alguma vez imaginar... espectáculos no covent garden, jacket potatoes, as pontes... a vista das pontes... o tate morden e a sua paisagem para a saint pauls cathedral, greenwich, starbucks, comida de plástico, cumplicidade, compras no sainsbury, tesco, mudança... patins em linha, paixão, aprender, aprender, aprender, o anjo de picadilly impavido e sereno a tanta confusão! science museum, natural history museum, andar perdida, encontrar-me, paula e anselmo e inglaterra, zélia e o walkabout do soho, filipa e little venice, pedro e a tower bridge, susanita e xana e o regents park, carla e henrique no hyde park, luisa e são no st james park, mano e os espectáculos, pais e o andar de autocarro, vanessa e o rui e os matrecos no bar dos judeus, cats e pedro e o pôr do sol no hampstead heath park rodeados de narcisos, alex e luisa na victoria station, luis e mari e o national gallery, nadia vera joaninha e lipi e as docas de sta catarina, teresa e o andré e a trafalgar square, pedro e paula e o waxie, soho, china town, o'neils, bicicleta, chuva, frio, noticias de todo o mundo, ongs, entrevistas, oportunidades, esperas, paciência, orange, verde e cinzento, viagens, cris, ana, ana, susana, alvaro, francesca, orlando, lucilia, andreia, emi, evelyn, catherine, dana, catherine, yolanda, mariane, andrea, alice, margarida, clara, antónio, ainoa, juan, arancha, matt, sara stwert, niki, devi, jason, susan, glastonbury, jane, timmy, ashelin, amor, guidlines, straitforward, asap, cornwell , praga e budapeste, les arcs, cracóvia e varsóvia, atenas, escócia, isle of wight, hampstead park e o som da água a correr, mano, saudades, neve, urgência, tropical, recomeçar... obrigada...

terça-feira, janeiro 17, 2006

Melancolia

suponho que é bom para equilibrar a vida... não seria normal andar sempre electrico e super feliz! com vontade de expandir, de estar constantemente a absorver tudo o que nos rodeia... abraçando, tocando, dançando, cantando, falando, entregando...

o aperto do meu coração é tão grande que me faz mesmo questionar se vale apena uma pessoa viver com tanta intencidade... como se fosse possivel viver com menos :-s mas questiono-o apenas por um segundo... porque sei que nada faria sentido de outra forma!

é tão lindo uma pessoa sentir-se encantada por tudo o que a rodeia... deixar-se maravilhar pela mais pequenina coisa... como se tudo fosse novo! não seria maravilhoso sermos assim também com as pessoas que amamos?

não quero ficar indiferente a uma pessoa só porque já partilho a minha vida com ela há tanto tempo, como fico anestesiada com o apanhar do comboio e o caminhar da estação de comboios até ao metro... onde comigo caminham centenas de pessoas e onde sempre me senti uma carneira... este pequeno percurso sempre foi para mim o representante da assustadora Rotina...

nós somos surpreendentemente mutantes, cativantes e apaixonantes, mudamos cada segundo e não há nada de rotineiro na partilha de vida com a pessoa que se ama, se não deixar-mos que o seja... ter curiosidade de descobrir o outro...

afinal, se eu tou sempre a conhecer-me um pouco mais é porque sou uma caixinha de surpresas, se eu o sou, também o é toda a gente! Amar alguém e ser especial para esse alguém é profundamente bonito...














Ai eu já pensei mandar pintar o céu em tons de azul, p'ra ser original... Só depois notei que azul já ele é houve alguém que teve ideia igual... Eu não sei se hei-de fugir ou de morder o anzol, já não há nada de novo aqui... Debaixo do sol
Já me persegui por becos e ruelas de horror, caminhos sem saída... Até que me perdi, sozinha sem saber de que cor pintar a minha vida.

segunda-feira, janeiro 16, 2006

Manos

N'disdjau mal di Guiné Bissau!

O mundo está sempre a mudar... nós temos constantemente de nos adaptar... alguém que morre, um namoro que acaba, um emprego diferente, alguém doente, um bebé, uma viagem... nós somos tão frágeis e susceptíveis à mudança! É brutal... o nosso mundo constroí-se e destrói-se mil vezes, se também tivermos a audácia de não nos deixarmos vencer pela rotina e pelo medo de mudar e também se nos deixarmos tocar por tudo o que nos rodeia e aquilo que vamos vivendo!

Melhor experiência? Não ter medo de arriscar, de me sentir totalmente desafiada, reconstruir, uma e outra vez... entregando tudo aquilo que sou!


Pensar

O pensamento é livre... ninguém nos pode controlar o que nos vai pela alma... é o que de mais livre nós temos... tudo nos pode condiccionar à nossa volta, as circunstâncias, os outros, nós próprios, mas nada disso é importante para o pensamento, porque fica em nós se assim o quisermos! Podemos pensar as maiores barbaridades que nunca ninguém o saberá!
Lembro-me de quando era mais nova de imaginar o que seria se as pessoas me tivessem a ler o pensamento... corava só de pensar tal coisa, pensar que as pessoas poderiam ser especiais de alguma forma e podiam ter essa capacidade que eu não tenho... era assustador esse mundo da minha imaginação, e encontrava-me então a tentar controlar os meus pensamentos e quanto mais o tentava mais coisas parvas pensava e mais corava! :-/
Mas embora o pensamento seja este auge da liberdade dou por mim presa... presa no meu próprio pensamento que não consigo controlar e que é tão instável quanto obcessivo e que no fundo é o motor para os meus actos... e os meus actos sou eu... os meus pensamentos são a minha liberdade e a minha prisão...

Amizade...

"Eu tinha acabado de morrer, como se morre quando somos amputados de uma parte de algo do que de mais desamparadamente somos feitos (porque, mais do que fazermos amigos, somos deles feitos).
Mal nos conhecemos, inaugurámos a palavra "amigo", agora tenho que conceber um mundo sem a sua existência e viver nesse mundo para sempre, aprendendo de novo cada caminho, cada porta, o novo lugar de cada coisa.
Por isso é que, despendindo-nos dos amigos, nos despedimos de facto de nós próprios."

Manuel António Pina, Visão